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Em profunda reflexão.

Sábado, 23.01.16

Desde que acordei que estou em profunda reflexão sobre em quem irei votar nas eleições de amanhã. Este dia é destinado à meditação e à reflexão profunda, não havendo tempo para fazer absolutamente mais nada. Não haverá o risco de tanta reflexão poder fazer mal à nossa saúde?

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publicado por Luís Menezes Leitão às 17:02

Uma excelente iniciativa.

Sexta-feira, 22.01.16

O Sol revela que há colegas de Marcelo irritados com o facto de ele ir fazer a sua noite eleitoral na Faculdade de Direito de Lisboa. Não cita, no entanto, um único colega de Marcelo a verberar essa sua atitude, parecendo assim que o jornal acha que se fazem notícias com base no "diz-se que…". 

 

Como professor catedrático da mesma Faculdade, estou entre os colegas de Marcelo Rebelo de Sousa. Ora, eu nunca ouvi ninguém queixar-se ou sequer comentar o que quer que fosse sobre o assunto. Eu pessoalmente achei a iniciativa magnífica e até de grande simbolismo. Mário Soares e Jorge Sampaio foram alunos da Faculdade e até Eanes a frequentou. Só Cavaco Silva quebrou a tradição de os Presidentes da República passarem pelos bancos da Faculdade.

 

Marcelo Rebelo de Sousa fez toda a sua carreira académica na Faculdade de Direito de Lisboa. É de louvar que não esqueça a sua Alma Mater no dia em que concorre ao mais alto cargo do Estado, tendo fortes possibilidades de ser eleito. Se tudo correr como se espera, o próximo domingo vai ser mais um dia memorável na já longa história da Faculdade de Direito, que daqui a muitos anos ainda será recordado. Não vejo como é que alguém pode estar contra isso.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 19:59

O hino de Sampaio da Nóvoa.

Sexta-feira, 15.01.16

 

Hoje no Público Francisco Assis pôs o dedo na ferida. É absolutamente inconcebível que António Costa tenha apoiado um candidato completamente vazio como Sampaio da Nóvoa, e deixado à sua sorte uma candidata que já foi presidente do PS, e tem muito maior currículo político, como Maria de Belém. Porque o que a campanha está a demonstrar é que a máquina do PS está colada em torno de Sampaio da Nóvoa, enquanto que Maria de Belém foi deixada sozinha. A afirmação de que o PS não tem posição na primeira volta parece ser assim claramente desmentida pelos factos: o PS de Costa apoia vigorosamente Sampaio da Nóvoa e tudo está a fazer para que ele fique pelo menos à frente de Maria de Belém.

 

Isto não vai servir absolutamente para nada, uma vez que estou absolutamente convencido de que Marcelo Rebelo de Sousa vai ganhar as eleições à primeira volta por uma margem esmagadora. E, mesmo que por milagre isso não acontecesse, também ganharia com a maior facilidade uma hipotética segunda volta. É assim evidente, para bem de todos nós, que o ex-reitor irá fazer os seus discursos messiânicos para outra freguesia, que não a de Belém.

 

O problema, no entanto, reside na forma como o PS vai ficar depois deste seu apoio a Sampaio da Nóvoa. É que, se o PS conseguiu chegar ao governo da forma como chegou, e já arranjou os sarilhos que se conhecem, adivinho como é que ficará depois de uma campanha com o hino que aparece acima. Não é apenas o ridículo da letra e da música, com o teor evangélico que já se conhecia. Chocou-me especialmente o facto de os figurantes colocarem uma caraça com a cara do candidato, assumindo-se assim claramente como seguidores do Messias, com quem se identificam: "Sampaio da Nóvoa somos nós". Tudo o resto é vazio: "palavras necessárias que saltam nas nossas mãos", "palavras solidárias no bater do coração", "palavras de aventura com gosto a sal". Parole parole parole. É isto um discurso político de um candidato presidencial? Basta, por exemplo, olhar para a campanha de Marisa Matias para se ver como se pode fazer uma campanha de esquerda com muito mais credibilidade e consistência.

 

Esta campanha presidencial está cheia de candidatos folclóricos. Quem faça uma análise serena do discurso político de Sampaio da Nóvoa, chegará à conclusão de que ele é precisamente o mais folclórico de todos. Apesar disso, está ter um apoio de peso do PS que, diga-se de passagem, faria mais sentido que tivesse sido dirigido, por exemplo, a Tino de Rans, cujas ligações ao PS são muito mais antigas. Confesso que há muito tempo que para mim é um mistério, o PS ter alinhado neste canto de sereia.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 11:04

O segundo debate Marcelo-Sampaio.

Sexta-feira, 08.01.16

Há 25 anos Marcelo Rebelo de Sousa envolveu-se de alma e coração numa candidatura à câmara de Lisboa, fazendo tudo para chamar a atenção de um eleitorado que não o conhecia, como conduzir um táxi pelas ruas da capital e mergulhar no Tejo. A sua campanha local apareceu com tanta força que ninguém do PS se dispunha a enfrentar Marcelo nessa corrida. Vítor Constâncio demitiu-se, perante as sucessivas recusas que foi recebendo, e o seu sucessor, Jorge Sampaio, foi obrigado, enquanto líder da oposição, a apresentar uma candidatura pessoal contra Marcelo. Já nessa altura coube a António Costa fazer as pontes para um acordo de esquerda contra Marcelo. Mas mesmo esse acordo não parecia ser suficiente, uma vez que Sampaio suscitava pouco entusiasmo perante a energia e o brilhantismo de Marcelo.

 

Isto foi assim até que se realizou um debate entre Sampaio e Marcelo. Nesse debate Marcelo decidiu adoptar uma pose mais serena por contraponto ao que até então tinha sido a sua intervenção. Esse erro foi-lhe fatal. Jorge Sampaio, com a experiência de advogado de barra, explorou as fragilidades do discurso de Marcelo e, ao contrário do que se esperava, Marcelo não foi capaz de lhe dar a réplica devida. Marcelo saiu do debate a dizer que se calhar tinha desiludido os seus apoiantes e de facto nesse dia perdeu as eleições.

 

Nestas eleições, passou-se o contrário. Marcelo optou por uma campanha completamente vazia, o que envolvia sérios riscos como aqui salientei. Mas, ao contrário do que se passou há 25 anos, não descurou o debate com Sampaio da Nóvoa. Pelo contrário, entrou completamente a matar, chamando a atenção para a total falta de currículo político do candidato, a sua ignorância absoluta da função presidencial, e o seu comprometimento ideológico com uma minoria dos eleitores. Nóvoa, perante o massacre que sofreu, só lhe faltou levantar os braços e invocar a convenção de Genebra. Lá foi dando uns apartes sobre o serviço nacional de saúde, que Marcelo facilmente desmontou, e fez referência aos antigos presidentes que o apoiam, o que Marcelo ridicularizou. No fim Marcelo deu-lhe uma estocada final decisiva quando chamou a atenção para a carrinha dos seis assessores que ele tinha trazido, criando no público a sensação de que sem assessores Nóvoa não existe.

 

Marcelo teve passados 25 anos a sua segunda oportunidade num debate político decisivo. Desta vez não a desperdiçou. No próximo dia 24 será entronizado presidente. E, diga-se de passagem, no actual quadro político é a melhor solução para o país.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 07:45

O bom trabalho na justiça.

Quinta-feira, 07.01.16

 

Não há nada que eu mais goste do que ver relatórios de pseudo-especialistas, normalmente feitos por encomenda, a dizer disparates sobre coisas de que não conhecem absolutamente nada. Este relatório louva pura e simplesmente o facto de a justiça portuguesa ter passado a ter o nível do terceiro mundo, com elevadíssimas custas judiciais, processos sem quaisquer regras, execuções encerradas sem se conseguir cobrar absolutamente nada, e tribunais a 100 km das populações. Convenientemente omite o colapso do citius, que deixou o país dois meses sem tribunais. Se é este o tipo de justiça de que o FMI gosta, bem podem limpar as mãos à parede. Não é seguramente a justiça de um país desenvolvido no quadro da União europeia. Nos bons velhos tempos, quem apresentasse um relatório destes, enfiava umas orelhas de burro e ia para o canto da sala de aula. Hoje, porém, o direito ao disparate é livre e a propaganda do mesmo também. Se todo o país está triste com o resultado das reformas da justiça, ao menos que o FMI fique satisfeito. Afinal foi seguramente em sua intenção que este desastre foi realizado.

 

Publicado também no Lei e Ordem.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 07:43

Os debates presidenciais.

Quarta-feira, 06.01.16

Dos debates presidenciais que até agora vi fiquei com uma conclusão óbvia. Estas eleições presidenciais são as mais tristes da história da democracia e a esmagadora maioria dos candidatos poderia seguramente fazer alguma coisa mais útil como, por exemplo, ir cultivar batatas em lugar de andar a recolher 7.500 assinaturas apenas pelo prazer de ocupar o espaço mediático numa candidatura presidencial completamente inútil.

 

Tem-se visto de tudo. Um candidato abandona um debate em directo, desrespeitando o compromisso com a televisão, apenas porque o tempo de antena que lhe deram não foi aquele que desejava. Outro candidato discursa sistematicamente contra a corrupção, parecendo que ainda não percebeu que o lugar em disputa não é o de procurador-geral da república. Outro candidato promete, imagine-se, alterar a constituição, competência que o presidente não tem, a qual é obrigado a jurar cumprir e fazer cumprir no acto de posse. E outro candidato passeia o seu habitual estilo gongórico, dizendo coisas de um absoluto vazio, como a de que é preciso "um tempo novo". E chegamos a assistir a debates em que os candidatos estão de acordo em tudo, sem que ninguém lhes pergunte se nunca pensaram em desistências recíprocas.

 

Os jornalistas moderadores assistem normalmente a este triste espectáculo com enfado e perplexidade, nada questionando a candidatos que manifestamente não têm nada de relevo para dizer. A excepção tem sido Rodrigues dos Santos que tem colocado aos candidatos algumas perguntas que devem ser feitas. No debate entre Sampaio da Nóvoa e Henrique Neto, ficou claramente à vista, por mérito deste último, a vaguidade total e a absoluta ausência de ideias de Nóvoa. Rodrigues dos Santos fez-lhe apenas algumas perguntas concretas, como qualquer jornalista tem o dever de fazer. Parece que por isso uma apoiante de Nóvoa apresentou uma queixa na ERC, demonstrando assim que os apoiantes de Nóvoa acham que os jornalistas estão nos debates como figuras de corpo presente, e que questionar o seu candidato já passou a ser crime de lesa-majestade.

 

Eu só peço a Deus que esta eleição presidencial acabe já à primeira volta. É que não há santo que aguente aturar mais duas semanas disto.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 22:01





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