O referendo grego
O referendo grego constitui uma jogada política brilhante de Georgios Papandreou, que já deve estar completamente farto da prepotência dos seus "parceiros" europeus, que insistem em sangrar os gregos até à última gota, sempre que é necessário libertar mais uma tranche da "ajuda" externa. As últimas condições estabelecidas nessa "ajuda" são absolutamente humilhantes para qualquer povo, passando a Grécia a ser um país ocupado em permanência pela troika, e perdendo de vez o estatuto de Estado soberano. Ora, Papandreou já tinha avisado que os gregos são um povo orgulhoso e nobre e não permitiriam com facilidade semelhante tratamento. Como os "parceiros" europeus não deixaram de insistir na humilhação total da Grécia, Papandreou entendeu que não iria ser o Marechal Pétain do séc. XXI, e colocou os gregos perante a alternativa de votarem ou não a "ajuda". Face ao carácter de humilhação que a mesma assumiu, é quase seguro que ela será rejeitada, a Grécia vai declarar a bancarrota total e o euro vai colapsar. Pode ser uma desgraça para a Europa, mas é uma excelente lição para os aprendizes de políticos que actualmente a gerem e que estão convencidos que tudo se resume à economia. Também há a política, estúpidos! E por isso é bom que o governo português comece a perceber o sarilho em que se meteu. É que depois de Papandreou recusar o papel que lhe destinaram, Passos Coelho, com a sua política de bom aluno da Europa, que não poupa sacrifícios aos seus concidadãos, tornou-se um sério candidato ao lugar.
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1 comentário
De Ricardo Vicente a 02.11.2011 às 16:35
Mas, neste caso, o que está em causa vai para lá de uma questão de honra e orgulho. Rejeitar o perdão da dívida é SOBERBA. É soberba suicida.
A França e a Alemanha têm sido arrogantes, prepotentes e feito política às mijinhas. Mas tanto orgulho mata. Mata os próprios gregos e pode vir a ferir de morte muito para além deles.