De resgate em resgate, com a Europa a passo de caracol.
Tendo estado na semana passada em Hamburgo, fiquei com a óbvia conclusão de que os alemães estão a esgotar a sua paciência para os sucessivos resgates que os países europeus estão sistematicamente a exigir para salvar os seus bancos. Na primeira página de um jornal podia ler-se "Espanha vai precisar de um resgate. Quem paga a conta?". Agora pelos vistos, não são apenas os espanhóis que já se conformaram com o resgate, como Chipre também se assume como mais um óbvio candidato. O motivo é sempre o mesmo: recapitalizar a banca. A Grécia ainda não declarou a bancarrota e a crise já varre a Europa como um tsunami. Espere-se para ver o que será depois da bancarrota grega que, com ou sem o Syriza no governo, parece inevitável.
Em qualquer caso, está à vista a total ineficiência das instituições europeias nesta época de crise. Multiplicam-se inúmeras cimeiras europeias, mas nunca se chega a solução alguma para este problema. Está à vista que o euro se vai afundar, enquanto a Europa continua a passo de caracol.
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1 comentário
De Tó Zé a 05.06.2012 às 07:21
Eu só não consigo entender é como foi possível uma união que teoricamente intervia e vigiava a economia deixasse que os bancos se afundassem de tal modo em dívidas, necessitando de urgência de consecutivas recapitalizações.
Não entendo como ninguém se lembrou de impedir o efeito dominó pela Europa logo no início, dando dinheiro do BCE a fundo perdido para impedir a intervenção dos próprios estados na banca e assim evitar a bancarrota dos estados.
Convém afirmar que esta crise foi provocada pela banca e que os dois únicos países europeus a cumprir o limite da dívida eram Espanha e Irlanda. Um dos quais, teve de se endividar para salvar os bancos e a economia.