A dimensão das tragédias.
Parece que resulta desta notícia que o número de mortos causado pelo terramoto no México é exactamente idêntico ao das vítimas de Pedrógão Grande: 64. Ou seja, um terramoto com um grau de 8,5 na escala de Richter conseguiu produzir em todo o México tantos mortos como um simples incêndio numa floresta de Portugal. Com a diferença de que um terramoto é incontrolável, enquanto que os incêndios podem ser evitados e combatidos, havendo por isso uma clara ineficiência dos serviços públicos de Portugal no socorro às vítimas, que aliás tem sido mais que demonstrada nos últimos tempos.
O que é absolutamente revoltante é a total ausência de assunção de responsabilidades por esta tragédia, passado todo este tempo. O governo passa a vida a pedir papéis, relatórios, análises, e atira as culpas para funcionários subalternos ou para as empresas que ele próprio contratou, em lugar de assumir as suas óbvias responsabilidades políticas com demissões ao mais alto nível. E o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que acha que a sua única função é andar com o governo ao colo, pede "tréguas" sobre o assunto até às autárquicas, pretendendo assim evitar até o julgamento político por parte dos eleitores. Há muito tempo que não se assiste no Estado Português a tamanha falta de vergonha.