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As eleições na Catalunha.

Segunda-feira, 15.02.21

Noite-historica-para-o-movimento-pela-independenci

As eleições na Catalunha demonstram totalmente o fracasso de se pretender ignorar a questão da autodeterminação desta comunidade autónoma. Basta ver que as forças independentistas reforçaram a sua maioria. Embora o PSC tenha ficado em primeiro lugar com 33 deputados, é imediatamente seguido pela ERC, também com 33 deputados e pelo Juntos Pela Catalunha, com 32. A extrema-direita espanholista do Vox soma 11 deputados e assume a liderança do bloco anti-independência. Seguem-se a CUP com 9 deputados e o Podemos, com 8. Já a direita tradicional anti-independência do Ciudadanos sofre uma derrota histórica, perdendo 30 deputados e ficando apenas com  6. Já o PP permanece com 3 deputados, sendo manifesto que os catalães não esqueceram o facto de esse partido ter invocado o art. 155 da Constituição para derrubar o governo de Puigdemont.

Destes resultados emerge uma esmagadora maioria dos deputados favoráveis a um referendo e à amnistia dos anteriores governantes. Na verdade as forças independentistas têm 74 deputados em 135, sendo que os 8 deputados do Podemos são igualmente favoráveis ao referendo e à amnistia. É por isso mais que tempo de esta questão ser resolvida, até para a imagem internacional de Espanha e da União Europeia. Consta que, aquando da visita de Josep Borrell à Rússia, quando este falou ao Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, sobre Navalny, o mesmo lhe terá perguntado se ele, como catalão, nada tinha a dizer antes sobre os independentistas catalães presos e os seus deputados europeus exilados em Bruxelas. Tal contribuiu para a brutal humilhação da União Europeia, que representou a visita de Borrell à Rússia. É por isso mais que tempo de se desfazer este impasse na Catalunha.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 11:24

As razões da crise na Catalunha.

Quarta-feira, 23.10.19

Bom artigo este, que explica muito bem as razões da crise na Catalunha e desmente totalmente a versão oficial do Estado espanhol, que tanta gente em Portugal quer seguir acriticamente.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 08:15

A situação na Catalunha.

Sábado, 19.10.19

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Quem acha que a situação na Catalunha é um simples caso judicial, como pretende o Governo espanhol, teve ontem esta resposta. É evidente que existe aqui um problema político, que tem que ser resolvido politicamente. A visão legalista da questão — com argumentos como o de que uma Constituição de 1978 não permite um referendo em 2020 — está a conduzir a situação a um impasse que é prejudicial para todos. A Catalunha está a ferro e fogo e a própria Espanha mergulhou num bloqueio governativo (quatro eleições em quatro anos!). Por outro lado, o conflito estende-se à própria União Europeia, com os sucessivos mandados de detenção de políticos catalães exilados, rejeitados por vários tribunais europeus, e o facto de o Parlamento Europeu não estar com o número de deputados completo, uma vez que Espanha ameaça prender os deputados europeus que foram eleitos se eles forem tomar posse a Madrid. Qualquer pessoa percebe que isto é insustentável e que, a continuar-se com esta teimosia, as coisas só podem piorar.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 13:16

Aplauso.

Sábado, 16.03.19

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Para este corajoso texto de Pacheco Pereira, a denunciar a vergonha que se está a passar aqui ao lado e em relação à qual a Europa pretende fechar os olhos:

"Em que países da Europa é que seria hoje possível fazer um processo por “sedição”? Dois: ­a Rússia e a Espanha. Neste momento estão a ser julgados em Madrid um conjunto de dirigentes políticos catalães eleitos, com funções na Catalunha durante o movimento pela independência, por “rebelião, sedição e peculato”. A acusação de “peculato” é ridícula, destina-se apenas ao esfregar das mãos dos seus adversários, dizendo que eles “roubaram” alguma coisa, quando a acusação diz respeito ao uso de dinheiros públicos, geridos pelo governo legítimo da Catalunha, para organizar os processos de referendo. Aliás, os argumentos jurídicos são a maneira neste caso de deixarmos de ver o essencial: estes homens foram eleitos para fazerem o que fizeram, contam com o apoio dos catalães e conduziram um processo pacífico destinado a garantir a independência da região da Catalunha, algo que não é alheio a direitos e garantias do próprio estatuto catalão e dos compromissos para a sua revisão. É um processo político puro, e os presos catalães são presos políticos puros.

A outra coisa do domínio do político é o silêncio cúmplice de toda a União Europeia, que não mexe uma palha perante o que se está a passar em Madrid, onde a comunicação social se comporta como partidária do “espanholismo” mais radical e mobiliza os seus leitores, ouvintes e telespectadores para exigirem a condenação dos catalães, como se de criminosos de delito comum se tratassem. Este silêncio cúmplice é mais uma pedra no abandono de valores da União, que se mobiliza para todas as causas longínquas e oculta as que estão bem dentro dela".

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publicado por Luís Menezes Leitão às 12:29

A Catalunha paga.

Quinta-feira, 13.12.18

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Sempre que vejo esta qualificação de Espanha como um país rico, penso sempre que são os catalães, a quem recusam a independência, a pagar a conta.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 17:21

A crise na Catalunha.

Segunda-feira, 01.10.18

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Se alguém julgava que a repressão sobre os independentistas catalães resolvia alguma coisa, hoje descobriu, passado um ano do referendo, que está tudo na mesma ou ainda pior. Enquanto Pablo Casado acha agora que se devem ilegalizar todos os partidos independentistas, o governo de Sánchez já reconhece que a carga policial de há um ano foi um erro e que só o reforço do autogoverno da Catalunha pode resolver a profunda crise territorial, política, económica e social a que a obstinação do governo de Rajoy conduziu a Espanha. Enquanto que em Barcelona se exige a República, o Rei de Espanha evita sequer aparecer em público nestes dias. E perante as aspirações independentistas do povo catalão não vale a pena afirmar que já há muitos habitantes da Catalunha que têm o castelhano como língua materna. Também havia muitos habitantes da Irlanda que tinham o inglês como língua materna e não foi por isso que a Irlanda deixou de ser independente do Reino Unido. O movimento independentista irlandês chamava-se precisamente "Sinn Féin" que significa em irlandês "nós sozinhos". Para qualquer movimento independentista é sempre apenas isso o que está em causa.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 16:56

Eu não.

Terça-feira, 22.05.18

Há muito que acho que a situação na Catalunha ultrapassa tudo o que é admissível num Estado democrático. Governantes e deputados que se limitaram a executar o programa com base no qual foram eleitos encontram-se presos preventivamente há largos meses, como se fossem meros arruaceiros que invadiram a academia de Alcochete. O presidente da Generalitat, que obteve a maioria no parlamento, encontra-se alvo de um mandato de detenção internacional e não lhe permitiram tomar posse. Aceitaram depois dar posse a um substituto, mas depois não o deixam formar governo, pretendendo manter o art. 155, que consagra um estado de excepção, eternamente em vigor. Em Portugal há gente que procura olhar para o lado e ignorar tudo o que se está a passar, incluindo o Presidente da República que vai a Salamanca falar da "Espanha una e eterna", parecendo querer retomar a divisa franquista "Una, Grande y Libre!",  e não diz uma palavra sobre pessoas que neste momento em Espanha estão presas ou exiladas apenas pelas suas convicções políticas. Não é o meu caso. Prefiro seguir outra divisa: "Etiam si omnes, ego non". O que penso sobre a situação na Catalunha escrevi-o hoje aqui.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 17:24

Um gesto simbólico.

Terça-feira, 17.04.18

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Foi um gesto altamente simbólico os deputados catalães terem cantado a Grândola, Vila Morena, no Parlamento Espanhol aquando da visita de Marcelo. E ainda mais simbólico foi o facto de os deputados espanhóis terem feito barulho para abafar o som da canção. Na Catalunha há muitos que querem a liberdade de decidir o seu destino, enquanto que outros procuram calar a sua voz. Mas da mesma forma que no Portugal de 1974, a Grândola Vila Morena cantada pelos catalães é um hino à liberdade que nenhuma repressão conseguirá silenciar.

 

Quanto ao resto, é irrelevante que o partido que começou por ser Ciutadans e agora se converteu em Ciudadanos, para demonstrar que de catalão afinal não tem nada, esteja à frente das sondagens em Espanha. No parlamento da Catalunha há uma maioria independentista a quem está a ser negada a possibilidade de formar governo com a sistemática prisão dos deputados eleitos pelo povo, com base em acusações ridículas que em toda a Europa têm sido completamente rechaçadas pelos tribunais.

 

Os catalães têm o direito a decidir pela autodeterminação da sua região e não é toda a Espanha que pode decidir por eles, assim como não foi toda a URSS que votou a independência da Estónia ou toda a Jugoslávia que votou a independência da Eslovénia. Se acham que há menos de metade do eleitorado da Catalunha a favor da independência, nada mais simples do que fazer um referendo e tirar as dúvidas. E não vale a pena inventar ficções como a Tabárnia ou dizer que os políticos que estão na prisão pelas suas convicções não são presos políticos. Resolva-se a questão catalã num referendo como se fez na Escócia e no Quebeque, em ambos os casos contra a independência. Assim como está é que não pode ficar.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 19:16

Um momento de humor.

Quarta-feira, 04.04.18

Perante tanta polémica, neste blogue e não só, sobre a situação na Catalunha, não resisto a partilhar este cartoon. Como diziam os romanos, "ridendo castigat mores".

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publicado por Luís Menezes Leitão às 07:12

A repressão na Catalunha.

Sexta-feira, 23.03.18
Resultado de imagem para repressão Catalunha

 

A atitude de Espanha em relação à Catalunha constitui um exemplo típico de repressão, que deveria envergonhar qualquer cidadão europeu. Mas infelizmente as instituição europeias fartam-se de denunciar a repressão na Turquia e na Rússia, mas fecham os olhos ao que se passa em Espanha. Fizeram-se eleições, mas não se deixam os eleitos formar um governo, sendo convenientemente presos na véspera da investidura parlamentar. Se não quiserem ser presos, resta-lhes o exílio, uma vez que os órgãos judiciais espanhóis nem sequer se atrevem a pedir a sua extradição, dado que a maioria dos Estados não extradita por delitos políticos. Provavelmente a ideia é colocar na prisão ou no exílio todos aqueles que têm ideais independentistas, o que implica prender por delito de opinião. Como é que se pode aceitar isto num país da União Europeia em pleno século XXI?

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publicado por Luís Menezes Leitão às 19:14





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