Há limites para tudo.
Não li o livro e não gosto de fazer juízos antecipados sobre algo que não conheço. Se de facto se confirmar que é o quem tem vindo a público, trata-se de um objecto absolutamente inqualificável, a merecer o mais vivo repúdio.
Quanto à atitude de Passos Coelho em o ir apresentar, também a ser verdade que isso vai acontecer, parece-me que o qualificativo de amadorismo é muito suave. Nem que se tratasse de uma obra-prima a merecer o prémio Nobel — e acho que o autor tinha pretensões a tal — um ex-Primeiro-Ministro não se pode prestar a essa figura, uma vez que é muito mais do que um apresentador de livros. As pessoas têm que ter respeito pelo seu próprio passado e não devem deslustrar o que já foram.
Agora, se o livro é de facto o que dizem e se, apesar disso, Passos Coelho insiste em o apresentar, acho que é preciso pensar seriamente se ele está de facto em condições de voltar a ser candidato a Primeiro-Ministro. É que nem a um candidato a membro de junta de freguesia deve um partido político permitir semelhante disparate, quanto mais a um candidato a Primeiro-Ministro. Há limites para tudo e sinceramente acho que este espectáculo os vai ultrapassar a todos.