O regresso do Conde de Monte Cristo.
Leio aqui com perplexidade que Santana Lopes está a "ponderar" o regresso à liderança do PSD. E diz com ênfase que "mesmo que cada um comece a apresentar-se em nome de barões ou baronetes quem vota são os militantes". Se bem me lembro é o mesmo Santana Lopes que há poucos dias queria abolir o voto dos militantes na escolha do líder e voltar a fazê-lo eleger num congresso organizado pelos barões e baronetes, mas adiante. No nosso país, em vez de dizerem de uma vez ao que vêm, os políticos adoram "ponderar" as candidaturas, deixando toda a gente em suspense por uns dias, quando não deixam mesmo por meses, acabando por isso por levar o partido à derrota. Mas neste caso a "ponderação" não se justifica, pois é evidente para todos que, até pelo seu brilhante contributo para o resultado de Lisboa, Santana Lopes é manifestamente o sangue novo de que o PSD precisa. Foi líder do partido entre 2004 e 2005, andou por aí, e agora regressa em grande, quase catorze anos depois. Já li um romance que contava precisamente esta história. Chama-se O conde de Monte Cristo.