A agenda do PAN.
A moção de censura teve o resultado que se esperava com toda a esquerda a votar contra, mostrando assim que está unida no apoio ao PS, o que foi um bom momento clarificador da situação política. Mas não deixa de ser muito curioso que entre toda a esquerda se tenha incluído o PAN. Na verdade, perante uma tragédia que destruiu tantos animais e tantas florestas, o denominado partido Pessoas - Animais - Natureza mostra que só quer saber de apoiar (algumas) pessoas — os membros do governo — estando-se nas tintas para os animais e para a natureza.
Isto demonstra bem quão enganosos são estes partidos, proclamando seguir uma agenda em que toda a gente se revê, como é o caso do apoio aos animais e à natureza, para depois, uma vez no parlamento, defenderem posições ideológicas que não tiveram a coragem de expor aos eleitores. Já foi assim com o Partido Ecologista Os Verdes, habitualmente designados como as melancias, já que são verdes por fora e vermelhos por dentro. Como alguém disse uma vez, não passam de uma secção do PCP que se pintou de verde. O PAN é igualmente apenas um deputado do PS, que conseguiu ser eleito por um partido que apelou aos votos dos defensores dos animais e da natureza. Mas a sua defesa dos animais e da natureza resume-se a querer obrigar os clientes dos restaurantes a comer com animais ao lado ou a proibir touradas na televisão. Já quanto a responsabilizar o governo pela enorme tragédia ecológica deste Verão, o PAN declara expressamente que nada tem a censurar, revelando assim qual é a sua verdadeira natureza. Chassez le naturel, il revient au gallop.