A fuga dos chefes do governo.
Se há coisa que reprovo profundamente no independentismo catalão é a fuga do presidente da Generalitat para Bruxelas, que pelos vistos nem sequer lhe vai garantir qualquer protecção. Curiosamente acaba de ser imitado pelo primeiro-ministro do Líbano, que também se pôs ao fresco, fugindo para a Arábia Saudita, alegando riscos para a própria vida.
É verdade que muitos dos que criticam Puigdemont, mais valia estarem calados, como Felipe Gonzaléz, que esteve entre os que se atiraram para o chão quando o parlamento espanhol foi invadido pelo grupo de militares comandado por Tejero Molina. Nessa altura só duas pessoas permaneceram nos seus lugares. Um deles foi Santiago Carrillo que, pegando no seu cigarro, se limitou a dizer: "Pavía chegou mais cedo do que se previa", recordando o momento em que o General Pavía, em 3 de Janeiro de 1874, ocupou o parlamento da I República Espanhola, iniciando a Ditadura de Serrano. O outro foi Adolfo Suárez que, embora estivesse a momentos de ser substituído com a eleição pelos deputados do novo governo, permaneceu sozinho no lugar destinado ao governo. E mais tarde explicou: "Não critico nenhum dos meus colegas que decidiu proteger-se, mas eu era o chefe do governo. O chefe do governo permanece sempre onde está".
E, de facto, quem assume a chefia de um governo, deve pensar que coloca a sua cabeça num cepo e que, se alguma coisa acontecer, é a dele que tem que rolar, não a dos seus subordinados ou a de segundas figuras. Há que lembrar aqui o que disse a Imperatriz Teodora ao Imperador Justiniano, quando ele quis fugir perante a revolta de Nika: "Ainda mesmo que a fuga seja a única salvação, não fugirei, pois aqueles que usam a coroa não devem sobreviver à sua perda. Se quiseres fugir, César, foge. Tens dinheiro, teus navios estão prontos e o mar aberto. Eu, porém, fico. Gosto desta velha máxima: a púrpura [o manto dos imperadores] é uma bela mortalha".
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15 comentários
De Anónimo a 06.11.2017 às 14:21
Se ficasse, estaria agora detido e alvo de uma barragem de desinformação sem poder de contraditório.
De Anónimo a 06.11.2017 às 16:33
De Anónimo a 06.11.2017 às 17:28
De Anónimo a 07.11.2017 às 03:14
De Anónimo a 06.11.2017 às 19:19
De Anónimo a 07.11.2017 às 15:28
De Anónimo a 06.11.2017 às 18:14
De Anónimo a 06.11.2017 às 23:29
De Anónimo a 07.11.2017 às 08:04
De Anónimo a 07.11.2017 às 10:59
De Anónimo a 07.11.2017 às 18:30
Naturaliza-te espanhol! Não queremos cá Miguéis de Vasconcelos! Nem queremos homofóbicos de merda! Junta-te ao Rajoy!