Crescimento exponencial.
Recentemente li um livro onde é dado um curioso exemplo do que significa um crescimento exponencial. Imagine-se uma gota de água a cair num grande estádio de futebol, mas que vai duplicando o seu número a cada segundo. Com esse crescimento exponencial do número de gotas de água, o estádio ficaria completamente inundado até ao seu topo em apenas 49 segundos. No entanto, até ao segundo 45, o estádio teria apenas 7% da sua área inundada da água, pelo que os espectadores veriam apenas a relva alagada. Só nos últimos 4 segundos é que surge a quantidade de água necessária para produzir a inundação total do estádio.
O mesmo exemplo pode aplicar-se à pandemia Covid-19 e ao número de infecções que está a gerar. Se o RT fosse de 2, como neste exemplo do estádio, assistiríamos em poucos meses a uma multiplicidade incontrolável de infecções. Felizmente que a média é apenas de 1,09, sendo na região Norte de 1.18, no Centro de 1.14, em Lisboa e Vale do Tejo de 1.02, na região do Alentejo de 0.86 e no Algarve de 1.15. Mas estes valores não devem fazer esquecer que qualquer RT acima de 1 gera sempre um crescimento exponencial da pandemia, ainda que com menor velocidade.
Quando as infecções começam a chegar a governantes, políticos, jogadores de futebol e artistas, percebemos a forma como a epidemia está a alastrar no nosso país. Por isso, e por muito que isso nos desagrade, têm que ser tomadas medidas mais eficazes para o seu controlo.