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O descrédito das instituições.

Sexta-feira, 10.11.23

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"Remember, remember, the 7h of November". Nesse dia, depois de buscas ao seu gabinete e de se saber que iria ser autonomamente investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça, o Primeiro-Ministro comunicou ao país o seguinte: "A dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com a suspeita de qualquer acto criminal. Obviamente apresentei a demissão ao senhor Presidente da República (…). A minha demissão foi aceite pelo Presidente da República. Porventura quererá ponderar a partir de que data produz efeitos a minha demissão".

Ontem o Presidente da República anunciou ao País que as eleições seriam a 10 de Março e que só para Dezembro aceitaria a demissão do Governo, para garantir a aprovação do Orçamento de Estado. O problema, no entanto, é que, segundo uma comunicação oficial do Primeiro-Ministro ao País, a demissão já foi aceite e portanto o Governo está demitido (art. 195º, nº1, b) da Constituição). Ora, quando o Governo é demitido, caducam todas as propostas de lei que apresentou ao Parlamento (art. 167º, nº6, da Constituição), incluindo naturalmente a do Orçamento de Estado. O que tem toda a lógica, pois não faz sentido que um Governo demitido condicione o Governo que lhe vai suceder, ainda mais durante todo o ano, que é o tempo da vigência do Orçamento de Estado, e com medidas altamente controversas, como a subida do IUC, que nunca deveriam vir de um Governo demitido.

O que o Presidente fez, segundo Reis Novais, foi uma fraude à Constituição. Eu acho mais do que isso. Acho que há um desrespeito flagrante da Constituição por quem tinha o dever de a defender, o qual coloca o País numa situação altamente complexa. Temos um Governo envolvido num escândalo de corrupção e um Primeiro-Ministro investigado no Supremo Tribunal de Justiça, que por isso se demitiu. Mas o Governo vai continuar na plenitude de funções durante meses, como se nada se tivesse passado. Se isto não é uma República das Bananas, não sei o que será uma República das Bananas. Numa altura em que deveríamos festejar os 50 anos do regime democrático, as nossas instituições caíram num descrédito total, não só aos olhos dos Portugueses, mas também da comunidade internacional.

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publicado por Luís Menezes Leitão às 08:35


17 comentários

De santa clara a 10.11.2023 às 10:12

Não há nada a fazer.
Como fazer algo de positivo com gente incompetente?
Somos assim e já não mudamos. PONTO

De Anónimo a 10.11.2023 às 11:31

Não tenho conheciemntos para concordar ou discordar com o que escreveu, mas algo que eu sei é que assim está mais ou menos à vontade de todos, presidente governo e restantes partidos. Nenhum vai levantar ondas para além de discordar de um ou outro detalhe.
E quando assim é, ... as leis ficam moldadas às vontades existentes.

De Anónimo a 10.11.2023 às 12:40

Às vezes tenho dúvidas sobre a capacidade do PR como constitucionalista. Discordo imensas vezes do PR. Ele foi demasiado comentador e demasiado tempo comentador. Assumiu posições muito pouco abonatórias da sua sabedoria.

De Anónimo a 10.11.2023 às 13:52

O descrédito das instituições mas várias.

Já que fala nos quase 50 anos do regime democrático, continuamos com um problema grave. Não há liberdade de imprensa, mas liberdade para a imprensa fazer quase tudo o que quer incluindo censurar. O que vai contra a liberdade de imprensa

"Quem guardará o guardião?".

"as nossas instituições caíram num descrédito total", mas só na parte que querem que se saiba. A imprensa tem o poder de transformar qualquer país "num país das maravilhas" pois na prática só existe a realidade que eles mostram.

Seremos uma "República das Bananas", mas também por outros motivos. E somos o país dos 3 F's.

De Jorge Peixoto a 11.11.2023 às 11:51

Quando os grandes grupos economicos, descobriram que o sensacionalismo da Imprensa escrita e falada dava muito dinheiro eles instalaram-se nas redações.

De Antonio Carvalho a 10.11.2023 às 15:51

Boa tarde
Na realidade parecemos um "país das bananas" mas fomos que assim o escolhemos!! Não existe um minimo de confiança nos politicos lamento que o povo se cale e não "reclame" . Mas para mim o pior é que não temos ninguém, nem direita nem esquerda para acreditarmos e agora??
terá que ser o própio povo a comandar o País. Temos que mudar a nossa mentalidade e acredito nos nossos jovens que o irão fazer(já começaram).
Meus cumprimentos

De Bernardino Silva a 11.11.2023 às 13:11

De facto não temos ninguém para nos governar, porque os partidos estão cheios de meninos e meninas que sempre viram os papás a roubar, quando chegam ao poleiro continuam a fazer aquilo que os pais lhes ensinaram. Se há solução não me parece, porque a vigarice e a corrupção está tão enraizada na mentalidade dessas pessoas, que isso é normal para elas, não é só a nível da politica é em todas as atividades, todos querem ser ricos à custa dos outros, é por isso que cada vez se vêm mais automóveis de luxo, principalmente elétricos porque estão na moda, não pagam IUC e os donos ficam todos inchados quando estacionam os carros nos parque dos centro comerciais, nas zonas de carregamento, somos um país de vigarista e vaidosos, e cada vez vai ser pior, porque esta geração vêm de famílias humildes, que agora tem dinheiro, muito dele roubado, e julgam-se que são donos do mundo. ABRAÇO

De Antonio a 13.11.2023 às 13:12

Bom dia
Li o seu texto e lamentávelmente tudo o que escreveu é 100% verdade.
Já dizia o Prof. Marcelo Caetano sobre o 25 de Abril "depois veremos ao poder alçados analfabetos , meninos mimados, escroques de toda a espécie qie conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto, e chegam a presidentes de Camara, administradores, ministros e até Presidentes da Republica, que coincidência !! com o que escreve, sem mais comentários, cumprimentos

De Ssoares Carvalho a 14.11.2023 às 15:00

Boa tarde Sr. Bernardo
Li o seu comentário que apreciei com gosto.
A grande verdade é que já não temos ninguem para governar respeitando os outros ou melhor o povo que neles vota, com dignidade e igualdade. è dificel para quem vota o que deve fazer, pois neste País votar é ajudar os oportunistas.
Boa semana, cumprimentos




De João a 10.11.2023 às 15:55

Caro, todos percebemos que a PGR deliciou bloggers e jornalistas, apenas com um parágrafo.
Agora, a PGR através dos seus meios de comunicação, ou seja, a comunicação social, vai soltando uma ou outra escuta, tudo muito transparente, enfim.
Em março, já toda a gente saberá que afinal as escutas não comprometem em nada o Costa e no fim, ganhará novamente o PS.
Se dúvidas existirem, basta olhar para a cara dos restantes líderes partidários e ver que nenhum deles tem sequer estatuto para presidente de qualquer câmara municipal, quanto mais chegarem a 1• ministro.

De s o s a 10.11.2023 às 20:19

só no final do post vi o nome, e mas já tinha previsto o seguinte :

Atrevo-me a imaginar que nos seus escritos já n vezes anteriores matou as instituiçoes, fala agora em descredito total, portanto confirma que existem. Estao vivas, por mais que as queira enterrar.

Isto é a republica das bananas e do mais que lhe interessar. Convinha era inovar no bananas.

De Anónimo a 10.11.2023 às 20:32

Em nome do país e não de qualquer prestígio, leia se montra de loja bem arranjada, só poderei concordar consigo se os crimes a que o primeiro ministro e o governo estão imputados, estiverem directa ou indirectamente ligados ao orçamento de Estado. Se estão, tem a minha concordância, apesar de a frase, “… e com medidas altamente controversas, como a subida do IUC, que nunca deveriam vir de um governo demitido. “ dar a impressão de que a medida foi aprovada depois de o governo ser demitido. Se não estão, lamento discordar, porque o orçamento de um executivo é o instrumento mais importante para o funcionamento dum país e não deve ser atrasado ou anulado por razões que nada tem a haver com ele. Não condiciona o governo seguinte porque existem livres intenções em formas de proposta de alteração ao orçamento a que podem ser recorridas. Subtrair tempo ás exigências de um país a funcionar é primordial e os diversos partidos já o deram a entender. As regras constitucionais são para se respeitadas, mas a equidade como mecanismo que adapta a regra às contingências e complexidades da vida também. O cuidado em identificar fenómenos que saem fora dos protocolos, é virtude que garante a fluidez da realidade e não a aprisiona na aridez dos princípios.

De Manuel a 11.11.2023 às 07:30

A tal bomba atómica prometida rebentou finalmente.
Pelos comentadores ( passam de repórteres para comentadores ) pelos interesses direitolas por pedido do Montenegro pelo pedido do Melo ( ainda não percebeu que tem que ir trabalhar ) e principalmente por inveja e ciúmes do Marcelo que nunca perdoou aí Costa ser melhor que ele , em tudo.
Sim vamos a eleições e o PS volta a dar uma banhada.
Lembra-se da festa da Madeira?
Tanto suor e tanta vergonha.

De Anónimo a 11.11.2023 às 09:39

É muito engraçado ver toda esta histeria contra o governo, mas já repararam que o Ministério Público está a matar a nossa economia.
Depois disto que se está a passar quais são as empresas ou grupos que vêem investir em Portugal sabendo que o governo, autarquias, institutos ou qualquer outra entidade oficial não vai fazer nada por pode estar sob escuta e depois vir parar na comunicação social como um bandido e passar a vida em prisão preventiva durante anos.
Enfim, quando queremos dar o salto em frente há sempre alguém e grupos que nos arrastam para baixo.

De Ricardo a 13.11.2023 às 08:38

O salto em frente foi dado em 2015(não falando agora do resto para trás)do largo do Rato para S.bento.

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