O escalar da guerra na Ucrânia e o precedente da Coreia.
A 25 de Junho de 1950 as tropas da Coreia do Norte invadiram a Coreia do Sul, tendo um avanço arrasador, que lhes permitiu em menos de quatro meses tomar Seul e cercar as tropas americanas e sul-coreanas em Pusan no leste do país. Só que as forças americanas eram lideradas por um génio militar, o General Douglas McArthur que em 15 de Setembro determinou a saída de tropas de Pusan e um posterior desembarque no porto de Incheon, na costa oeste, cercando assim as tropas norte-coreanas. Em consequência, não só toda a Coreia do Sul foi libertada, como também Pyongyang caiu, tendo as tropas americanas chegado às fronteiras da China.
O problema é que a China não gostou de ver essas tropas nas suas fronteiras e decidiu intervir no conflito, fazendo o seu exército invadir a Coreia. McArthur percebeu que não conseguia vencer o exército chinês no terreno, pelo que propôs a Truman atacar a China no seu próprio território, eventualmente com bombas atómicas. Truman, no entanto, recusou essa escalada, demitindo de imediato McArthur. Na altura afirmou que a sua estratégia era limitar a guerra à península da Coreia e que, se o General McArthur não concordava com essa estratégia, não podia continuar no cargo. E assim um armistício foi assinado três anos depois do início do conflito, com a fronteira entre as duas Coreias a ficar, com algumas modificações, no paralelo 38, onde anteriormente se encontrava.
Por esse motivo, durante toda a guerra fria, se adoptou a regra de que as superpotências não se enfrentavam directamente, combatendo apenas em territórios delimitados. Foi assim no Vietname, Angola ou Afeganistão, em que as guerras no terreno, por muito duras que fossem, nunca conduziram a um conflito global.
Na Ucrânia, pelo contrário, vemos Joe Biden, a semanas de deixar a Casa Branca, e com as suas faculdades mentais visivelmente deterioradas, a permitir o lançamento de mísseis americanos contra território russo, abandonando assim qualquer estratégia de limitar a guerra à Ucrânia. Como é óbvio, a partir do momento em que isso acontece, a guerra pode alastrar a todo o lado, não espantando por isso que a Suécia e a Finlândia já estejam a preparar os seus cidadãos para essa eventualidade.
Corremos assim o risco de não escapar a uma guerra global no primeiro quartel do séc. XXI, como aconteceu no primeiro quartel do séc. XX. Na altura, também foram uma série de decisões pouco pensadas que atiraram o mundo para o apocalipse.