O pregador evangélico.
António Costa resolveu justificar o brutal aumento de impostos que decretou, com apelos à luta contra o vício e o pecado. É assim que este pregador evangélico recomenda aos seus fiéis que "usem mais transportes públicos", "deixem de fumar" e "moderem o recurso ao crédito". Já se sabia do ódio cego que António Costa nutre aos automóveis, desde que na Câmara de Lisboa a única coisa que fez foi criar barreiras à circulação, com os resultados que estão à vista. O que não se sabia é que, além de querer reduzir os portugueses a simples peões, ainda pretende que os mesmos sejam isentos de vícios e poupadinhos. Atreves-te a fumar? Pagas mais imposto. Queres um crédito ao consumo? Pagas ainda mais, que o Estado também quer consumir.
Não é novidade nenhuma o lançamento de impostos sobre o vício e o pecado. O que já é novidade é o descaramento do discurso moralista que lhes está associado. Mas, se bem conheço os vícios do Estado, ainda acabarão, como no Yes, Prime Minister, a louvar os fumadores, declarando que são benfeitores nacionais, já que sacrificam a sua vida e saúde a bem da receita fiscal, morrendo cedo, o que ainda permite poupar na segurança social. É pena que este discurso moralista não seja aplicado aos gastos do Estado. Cobrar tantos impostos para sustentar o despesismo público em verdadeiros disparates, como a segunda rotunda do Marquês, não será um vício muito maior?