Rio sem regresso.
Quinta-feira, 13.09.18
Apoiei Rui Rio nas últimas eleições internas do PSD porque a alternativa era Santana Lopes e deste já se conheciam os resultados que teve quando foi líder do PSD, entregando a maioria absoluta a Sócrates. Mas o que aqui se refere demonstra que Rio está a colocar o PSD num estado comatoso. Agora, depois de toda a gente ter arrasado a taxa Robles, vai o PSD propô-la em absoluto delírio político. Rio está tão obcecado em ter votos à esquerda, que não percebe que está a alienar todo o eleitorado natural do PSD.
Esta estratégia de Rui Rio já foi tentada uma vez por Freitas do Amaral que quis deslocar o CDS para a esquerda, com a sua tese da equidistância entre o PS e o PSD. O resultado foi desastroso em termos eleitorais, uma vez que, se Freitas do Amaral tinha deixado de gostar do seu eleitorado tradicional, este também deixava de gostar dele. Quanto à esquerda, embora tivesse achado que Freitas do Amaral era uma agradável surpresa, obviamente nunca votou nele. E assim se afundou o CDS, o que não impediu Freitas do Amaral de passar a apoiar o PS, indo depois para ministro de Sócrates.
Rui Rio aparece agora a abraçar as propostas do Bloco de Esquerda, contra o que o PSD sempre pensou sobre este assunto, e em vez de combater a geringonça, prefere atacar os seus críticos internos. Com este tipo de estratégia, Rui Rio pode aspirar a ser ministro da geringonça, ou até líder do Bloco, procurando melhorar as propostas absurdas que este faz. Mas para líder do PSD não parece manifestamente talhado. Quando um líder de um partido não se revê nos militantes do seu partido, há um manifesto equívoco que é preciso resolver. Ou o líder muda de partido ou o partido muda de líder. E isto tem que ser resolvido rapidamente, sob pena de entrarmos num rio sem regresso.
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23 comentários
De Anónimo a 14.09.2018 às 21:25
Disparate! O PSD nunca foi tão PSD como no tempo de Coelho e Maria Luís Albuquerque. Colocar uma taxa à especulação é querer controlar a economia na secretaria. Isso chama-se Comunismo. Ora, como vimos com a crise que há 10 anos teve início, a Economia funciona tanto melhor quanto mais livres forem os seus agentes. É a existência de regras e amarras que amplifica a dimensão das crises. A Economia é uma ciência social. Deve ser estudada mas não pode ser manipulada pois nesse caso irá rebentar algures, inevitavelmente. O segredo é não intervir, não fazer nada, deixar os agentes atuarem livremente, pois desse modo as crises serão normais. A propósito: a próxima crise está prevista para o período entre 2020 e 2022.