Domingo, 28.01.18
Há muito tempo que acho que estas convulsões em torno da Catalunha, que não há meio de cessarem, demonstram a profunda crise que atinge a monarquia espanhola. Na verdade, é paradoxal que um chefe de Estado vitalício e não eleito venha discursar a dar lições de democracia ao povo catalão, quando o Estado espanhol obriga à prisão ou ao exílio aqueles que o povo elegeu, nem sequer permitindo que um parlamento democrático eleja quem entende para governar o povo que representa.
Deparei, porém, agora com esta notícia de que Filipe VI vai impor a mais alta condecoração da Coroa Espanhola à sua própria filha, que a recebeu com apenas 10 anos de idade. Que há a dizer de um país em que o chefe de Estado condecora a sua filha, ainda uma criança, com uma alta condecoração do Estado, enquanto que os representantes do povo catalão estão na prisão e no exílio por delitos políticos? Depois disto não me admira nada que os catalães queiram ser republicanos.
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publicado por Luís Menezes Leitão às 14:29
Domingo, 25.01.15

Leio aqui que Angela Merkel vai homenagear Durão Barroso na próxima segunda-feira em Berlim. Trata-se de uma homenagem mais que merecida. À frente da Comissão Durão Barroso sempre esteve totalmente do lado das posições alemãs e contra os interesses dos países do Sul, incluindo daquele a que pertence. Como bem se escreve neste artigo: "Os dois líderes políticos estiveram juntos na pobreza e na austeridade, no desemprego e no crescimento da Europa, até que o fim do mandato de Durão, em outubro de 2014, os separou". Faz por isso todo o sentido que Merkel condecore Durão Barroso. Já que Cavaco Silva também o tenha feito, é mais difícil de explicar. O legado de Durão Barroso na Europa está à vista com o crescimento dos partidos radicais que ameaçam estilhaçar o projecto europeu. Aposto que, nas suas próprias imortais palavras, hoje vamos começar a ter o caldo entornado.
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publicado por Luís Menezes Leitão às 12:44